Urolitíase: entenda o que é, e o que causa esse problema

Um estudo realizado entre 2018 e 2022, chamado “Epidemologia e mortalidade da urolitíase por faixa etária e sexo no Brasil” mostrou que houve uma prevalência de 31,7 casos de urolitíase a cada 100.000 habitantes no Brasil.

Durante esse período, foram registradas 430.003 internações por conta dessa condição, com uma maior incidência no sexo masculino (50,78%) e uma distribuição relativamente equilibrada entre o sexo feminino (49,22%).

Os grupos étnicos mais afetados foram os brancos (44,51%) e pardos (32,55%), e a faixa etária com maior prevalência foi de 40-49 anos para homens e 30-39 anos para mulheres. 

Além disso, houve 1.520 óbitos relacionados a essa condição, sendo maior entre as mulheres (51,44%) do que entre os homens (48,56%), com a taxa de mortalidade aumentando significativamente em idades avançadas​​.

Em vista disso, torna-se crucial entender o que é essa doença, quais são suas causas e como tratá-la. E nesse artigo vou falar mais sobre esse assunto. Boa leitura!

O que é a urolitíase?

A urolitíase, comumente conhecida como “pedras nos rins”, é uma condição médica caracterizada pela formação de cálculos (ou “pedras”) no trato urinário.

Estes cálculos são aglomerados sólidos compostos de minerais e sais que se acumulam quando a urina se concentra, facilitando a cristalização desses componentes.

Eles podem se formar em qualquer lugar ao longo do trato urinário, incluindo os rins, ureteres, bexiga e uretra, mas são mais comumente encontrados nos rins.

Eles variam em tamanho e composição, podendo ser tão pequenos quanto um grão de areia ou crescer até o tamanho de uma bola de golfe. A composição química também varia, sendo os mais comuns feitos de:

A formação dos cálculos é influenciada por vários fatores, incluindo a concentração de certas substâncias na urina, o volume produzido, e o pH (acidez ou alcalinidade) da urina.

O que causa a urolitíase?

Essa condição é causada por uma combinação de fatores, que podem variar de predisposições genéticas a hábitos de vida e condições médicas específicas. Um dos principais é a super-saturação de minerais na urina, que leva à formação de cristais.

Esta super-saturação pode ser resultado de altas concentrações de cálcio, oxalato, ácido úrico ou outras substâncias.

Fatores dietéticos, como alto consumo de sal, proteínas e alimentos ricos em oxalato (como espinafre e nozes), e baixa ingestão de líquidos, podem contribuir para isso.

Além da dieta, a desidratação é um fator chave. A falta de ingestão adequada de líquidos leva a uma urina mais concentrada, aumentando o risco de formação de cálculos. 

Condições climáticas quentes e secas, exercícios intensos sem hidratação adequada, ou qualquer condição que cause perda excessiva de líquidos, podem aumentar o risco.

Certas condições médicas, como doenças renais, distúrbios metabólicos (como hiperparatireoidismo, diabetes e gota), e certas doenças intestinais ou cirurgias que afetam a absorção de cálcio e água também desempenham um papel crucial.

Além do mais, o uso prolongado de alguns medicamentos e suplementos pode influenciar a formação de cálculos. Por isso, é essencial um diagnóstico e manejo cuidadoso desses fatores de risco para prevenir a recorrência da urolitíase.

Quais são os principais sintomas?

Os sintomas mais comuns incluem:

Dor intensa

Conhecida como cólica renal, é uma dor súbita e severa que geralmente começa nas costas ou nas laterais, abaixo das costelas, e pode se mover para a parte inferior do abdômen ou virilha. A intensidade pode variar e geralmente flutua em ondas.

Hematúria

A presença de sangue na urina, conhecida como hematúria, é outro sintoma comum. A urina pode aparecer rosa, vermelha ou marrom, indicando a presença de sangue, que é causada pela irritação do trato urinário pelos cálculos.

Sintomas urinários

Alterações na micção são comuns, incluindo urgência aumentada para urinar, micção frequente, dor ou queimação durante a micção e quantidade reduzida de urina. Esses sintomas ocorrem quando o cálculo está localizado na bexiga ou uretra.

Além disso, outros sintomas menos comuns podem incluir náuseas e vômitos, febre e calafrios (especialmente se houver infecção), e urina com cheiro desagradável ou turva.

Como é feito o diagnóstico da urolitíase?

O diagnóstico normalmente é realizado a partir da anamnese e exames físicos, laboratoriais e de imagem, que são muito importantes para determinar o tamanho da pedra e o tratamento mais adequado.

Vale destacar que essas formações variam bastante de dimensão, o que também é uma característica que pode interferir na intensidade da dor, principalmente quando a pedra está no canal da urina e em movimento.

Mesmo que a maior parte dos cálculos seja eliminada em até 48 horas, outros não são capazes de passar naturalmente pelo canal, provocando obstrução da urina e trazendo riscos à função renal.

Para ilustrar, uma pedra de até 4mm tem 80% de chance de ser eliminada pela urina, mas quando ela é de 5mm, essa chance já cai bastante. Portanto, quanto maior é a pedra, maiores são as necessidades de um procedimento para eliminá-la.

Quais são os principais tratamentos para urolitíase?

Os tratamentos podem ser divididos em: conservador, tratamentos médicos, prevenção de recorrências ou até mesmo intervenção cirúrgica. No caso dos tratamentos conservadores, pode-se eliminar os cálculos por meio de:

Já em caso de tratamentos médicos, alguns procedimentos podem ser necessários, como:

Dependendo da composição dos cálculos, alterações na dieta podem ser recomendadas, como reduzir o consumo de sal, proteínas e alimentos ricos em oxalato, e aumentar a ingestão de líquidos.

Em casos de cálculos muito grandes, que causam obstrução persistente, infecção ou danos renais, a cirurgia aberta pode ser recomendada, ainda que seja rara e reservada a casos bem mais complexos.

Portanto, se você tiver alguma suspeita de que está com urolitíase, entre em contato comigo, Dr. Tarso Ferraz, médico urologista. Terei um enorme prazer em encontrar o melhor tratamento para o seu caso.


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