Criptorquidia: qual o impacto dessa condição na reprodução masculina?

A criptorquidia surge quando o processo de descida dos testículos para o escroto encontra um obstáculo.

Afinal, na anatomia reprodutiva masculina, essa descida é importante no desenvolvimento fetal, e se ela não ocorre pode comprometer a fertilidade masculina. 

Neste artigo, vou explicar um pouco melhor o que é essa condição, examinando suas causas, impactos e opções de tratamento, em busca de uma compreensão mais profunda e soluções eficazes. Boa leitura!

O que é criptorquidia?

A criptorquidia é uma condição médica na qual um ou ambos os testículos não descem para o escroto durante o desenvolvimento fetal. 

Normalmente, os testículos se formam dentro do abdômen do feto e, gradualmente, descem para o escroto antes do nascimento ou nos primeiros meses de vida.

No entanto, nos casos em que essa condição ocorre, o processo não acontece adequadamente, deixando um ou ambos os testículos retidos no canal inguinal ou na cavidade abdominal.

Essa anomalia é relativamente comum, afetando cerca de 2 a 8% dos recém-nascidos do sexo masculino. Geralmente, é diagnosticada logo após o nascimento ou nos primeiros anos de vida durante exames físicos de rotina. 

Como ela impacta a vida da pessoa?

Um dos principais impactos é o aumento do risco de infertilidade. Os testículos estão localizados no escroto porque precisam de uma temperatura ligeiramente mais baixa do que a temperatura corporal interna para produzir esperma de forma eficaz. 

Quando um testículo permanece dentro do corpo, ele pode superaquecer, afetando negativamente a produção de esperma. Isso pode levar à redução da contagem de espermatozoides e à diminuição da qualidade do esperma, dificultando a concepção.

Além disso, essa condição aumenta o risco de complicações a longo prazo, como câncer testicular. Ademais, ela também pode ter um impacto psicossocial significativo, especialmente durante a adolescência e a vida adulta.

Os homens afetados podem sentir-se autoconscientes ou envergonhados sobre a aparência de seus genitais e podem experimentar ansiedade em relação à sua fertilidade e saúde sexual. 

Quais os sintomas da criptorquidia? 

É importante notar que a condição em si pode não causar sintomas, especialmente em bebês e crianças pequenas. Muitas vezes, a condição é diagnosticada durante exames físicos de rotina realizados por um pediatra ou médico de família.

No entanto, em alguns casos, pode ser acompanhada por sintomas como:

Em bebês e crianças pequenas, é comum que os testículos ainda não tenham descido para o escroto no nascimento. No entanto, na maioria dos casos, os testículos descem espontaneamente nos primeiros meses de vida. 

Quais as causas?

As causas exatas não são completamente compreendidas, mas existem vários fatores que podem contribuir para o desenvolvimento dessa condição, como: 

Em muitos casos, a causa específica pode não ser identificada. No entanto, reconhecer os fatores de risco conhecidos pode ajudar na prevenção e no manejo da condição.

Quais os tratamentos para a criptorquidia?

O tratamento geralmente depende da idade do paciente e da gravidade da condição. Aqui estão algumas opções comuns:

Observação e monitoramento

Quando falamos de bebês prematuros ou recém-nascidos, os testículos descem para o escroto por conta própria durante os primeiros meses de vida. Portanto, uma abordagem inicial pode ser simplesmente observar e monitorar o desenvolvimento dos testículos.

Hormonioterapia

Em alguns casos, o médico pode prescrever hormônios, como gonadotrofina coriônica humana (hCG) ou hormônio luteinizante (LH), para estimular a descida dos testículos. Este tratamento é mais eficaz quando utilizado em bebês com menos de seis meses de idade.

Cirurgia

Se os testículos não descerem espontaneamente ou se a criptorquidia não for corrigida com a hormonioterapia, pode ser necessária cirurgia para reposicionar os testículos no escroto. 

A cirurgia mais comum é a orquidopexia, na qual o cirurgião faz uma incisão na virilha e manipula o testículo para baixo, fixando-o no escroto.

O tratamento geralmente é recomendado para ser realizado o mais cedo possível, de preferência antes dos 12 meses de idade, para reduzir o risco de complicações a longo prazo, como infertilidade e câncer testicular. 

Conclusão

Conforme vimos, essa é a falha na descida dos testículos para o escroto durante o desenvolvimento fetal, e pode ter consequências significativas, incluindo aumento do risco de infertilidade e câncer testicular, bem como impacto psicossocial.

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado, seja por meio de observação, hormonioterapia ou cirurgia, são essenciais para minimizar os riscos associados à condição e promover uma saúde reprodutiva e geral adequada.

Além disso, destaca-se a importância da conscientização sobre esta condição entre os pais, cuidadores e profissionais de saúde, a fim de garantir uma abordagem proativa no manejo dessa condição. 

Quer entender melhor o que é a criptorquidia e os seus tratamentos? Entre em contato comigo, Dr. Tarso Ferraz, urologista infantil, e marque uma consulta. Terei um enorme prazer em te atender!


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