O Refluxo vesicoureteral (RVU) é uma condição caracterizada pelo fluxo retrógrado de urina da bexiga para os ureteres e, em casos mais graves, até os rins.
Essa condição é mais comumente diagnosticada em crianças e pode levar a infecções urinárias recorrentes, danos renais e outras complicações de saúde. Estima-se que cerca de 30% a 50% das crianças com infecções do trato urinário (ITUs) apresentem RVU.
A gravidade varia, podendo resolver-se espontaneamente em alguns casos, especialmente em crianças pequenas. No entanto, a identificação precoce e o tratamento adequado são cruciais para prevenir danos renais permanentes e outras complicações a longo prazo.
Neste artigo, vou explicar de forma detalhada o que é o refluxo vesicoureteral, suas causas, principais sintomas e os tratamentos disponíveis. Boa leitura!
O refluxo vesicoureteral é uma condição na qual a urina flui de volta da bexiga para os ureteres e, em casos mais graves, até os rins. Ela ocorre devido a uma anormalidade na válvula que normalmente impede o fluxo retrógrado da urina
Existem dois tipos principais de RVU: primário e secundário. O RVU primário é geralmente congênito, resultante de um defeito na junção ureterovesical que afeta a função da válvula entre o ureter e a bexiga.
Já o RVU secundário ocorre devido a outros problemas, como obstrução ou disfunção da bexiga, que impedem o esvaziamento adequado, levando ao refluxo.
Em muitos casos, o RVU primário pode resolver-se espontaneamente à medida que a criança cresce e a função da válvula melhora. No entanto, o monitoramento e o tratamento são essenciais para prevenir danos renais e outras complicações a longo prazo.
Essa condição pode ser causada por fatores congênitos ou adquiridos. No caso do RVU primário, a causa está relacionada a um defeito congênito na junção ureterovesical, onde a válvula entre o ureter e a bexiga não se desenvolve corretamente, permitindo que a urina retorne do rim para a bexiga.
Este tipo de refluxo é frequentemente hereditário, o que indica uma predisposição genética. À medida que a criança cresce, a maturação dessa válvula pode melhorar a função e resolver o refluxo de forma espontânea.
Além disso, a anomalia estrutural presente desde o nascimento é a causa mais comum de RVU primário. Por outro lado, o RVU secundário ocorre devido a fatores adquiridos, como obstruções no trato urinário ou disfunções na bexiga.
Essas condições podem ser causadas por infecções do trato urinário (ITUs) recorrentes, que aumentam a pressão na bexiga e impedem o esvaziamento completo, levando ao refluxo da urina.
Outras causas de RVU secundário incluem danos nos nervos que controlam a função da bexiga ou anomalias anatômicas que bloqueiam a saída da urina, como válvulas na uretra.
Crianças com disfunção da bexiga e do intestino (DBI) também têm maior risco de desenvolver RVU, pois a retenção urinária e fecal pode aumentar a pressão na bexiga e contribuir para o refluxo.
Os principais sintomas variam dependendo da gravidade do refluxo e da presença de infecções urinárias. Em muitos casos, o RVU pode ser assintomático e só é descoberto durante a investigação de infecções do trato urinário (ITUs) recorrentes.
As crianças com RVU frequentemente apresentam febre alta, dor abdominal ou nas costas, uma necessidade urgente e frequente de urinar, e uma sensação de queimação durante a micção.
Outros sintomas comuns incluem incontinência urinária, infecções urinárias e presença de sangue na urina. Além desses sintomas, crianças com RVU podem apresentar sinais de problemas renais mais graves, como hipertensão e insuficiência renal em casos avançados.
Quando não tratada ou mal tratada o RVU pode levar a cicatrizes nos rins, conhecidas como cicatrizes renais, que são permanentes e podem comprometer a função renal.
Em alguns casos, a doença pode ser detectada antes do nascimento por meio de ultrassonografia fetal. Portanto, é essencial estar atento a esses sinais e procurar atendimento médico imediato ao notar qualquer um desses sintomas em crianças.
O tratamento depende da gravidade do refluxo, da idade do paciente e da presença de infecções urinárias recorrentes ou complicações renais.
Em casos leves a moderados, o RVU pode ser manejado de forma conservadora com a vigilância ativa e a profilaxia antibiótica para prevenir infecções urinárias.
Esse tratamento conservador é frequentemente utilizado em crianças pequenas, já que o refluxo pode resolver-se espontaneamente à medida que elas crescem e a função da válvula ureterovesical melhora.
A monitorização regular com exames de imagem, como ultrassonografia e cistouretrografia miccional (VCUG), é essencial para acompanhar a evolução da condição.
Para casos mais graves ou quando ocorrem infecções urinárias recorrentes e cicatrizes renais, pode ser necessário um tratamento mais agressivo.
As opções incluem a injeção endoscópica de agentes de preenchimento, como a dextranômero/hialurônico, na junção ureterovesical para reforçar a válvula e prevenir o refluxo.
Em situações onde o tratamento endoscópico não é eficaz ou o refluxo é muito severo, a cirurgia de reimplante ureteral pode ser indicada.
Esse procedimento envolve a reposição cirúrgica do ureter na bexiga para criar um ângulo que impeça o refluxo. A decisão sobre o tratamento ideal deve ser individualizada, levando em consideração os fatores específicos de cada paciente.
Conforme vimos ao longo deste artigo, o refluxo vesicoureteral é uma condição que requer atenção médica cuidadosa devido aos riscos associados, como infecções urinárias recorrentes e danos renais permanentes.
Embora muitos casos possam se resolver espontaneamente com o crescimento da criança, a identificação precoce e o tratamento adequado são essenciais para prevenir complicações.
A abordagem ao tratamento varia desde a observação vigilante e a profilaxia antibiótica até intervenções cirúrgicas, dependendo da gravidade do refluxo e das condições individuais de cada paciente.
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